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Mercado da beleza e os avanços para atender os diversos tipos de cabelos e etnias brasileiras

Atualizado: há 5 dias

Solange Dias, profissional com mais de 30 anos de atuação na indústria de beleza étnica, especializada em cabelos crespos e cacheados, contribui neste artigo, pois entende as necessidades capilares dos clientes, que, como ela, têm o cabelo crespo, e também como profissional da área, que está em constante movimento nas últimas décadas para validar a diversidade brasileira e o consumidor final, que está cada vez mais exigente e consciente das muitas possibilidades e referências históricas e culturais na hora de escolher o que usar e como usar o cabelo.



Solange Dias — Foto: Arquivo Pessoal/VOGUE

Sua formação e inspiração vieram de sua base familiar, filha de Eva Dias, uma das maiores especialistas na área na década de 70 (ano em que aconteceu o movimento Black Power no Brasil), que hoje, aos 87 anos, segue atendendo no Studio Dias, localizado em São Paulo. Esse legado resultou em uma bolsa de estudos concedida pela SoftSheen — uma das maiores multinacionais de cabelos étnicos da época, posteriormente adquirida pela L'Oréal —, que a consolidou como diretora técnica, responsável por inovações em técnicas e produtos voltados ao público étnico.


“A minha carreira foi marcada por atender celebridades nacionais e internacionais, sempre com foco na criação de soluções que valorizassem a beleza afro-brasileira (o que hoje podemos chamar de visagismo capilar). A expertise em preservar a identidade cultural e a estrutura facial, levando em conta a cor da pele e a escolha de cada pessoa, me propiciou a liderança no desenvolvimento de produtos inovadores, buscando sempre a excelência e a valorização de cada indivíduo”, explica Solange, que tem formação em Marketing pela ESPM e vasta experiência em vendas, planejamento, desenvolvimento e marketing.

Sabemos que, ainda hoje, há um padrão exigido no que se entende como cabelo adequado para este ou aquele trabalho, e que os avanços para validar a existência de quem outrora era visto como “inapropriado” por usar o cabelo de maneira natural (sem procedimento químico) tem se estabelecido no mundo corporativo. Um estudo realizado e apresentado por AGUIAR, Suellen em 2022 na Universidade Federal Fluminense que tem como título: “E aí, o que você vai fazer com esse cabelo”, traz a experiência de mulheres com cabelo crespo no ambiente de trabalho. Ressalta que ainda há preconceito, mas que há também um movimento de mulheres que, depois da pandemia, legitimaram sua identidade real por meio do cabelo, abandonando o procedimento químico e se apresentando no trabalho de acordo com suas escolhas, seja ele volumoso ou não.


Não existe apenas um tipo, formato e estrutura capilar, e o que aprendemos com isso é que o cabelo crespo, ondulado, liso ou cacheado não representa um único tipo de beleza e nem está atrelado ao saber de um profissional. Por isso, se faz necessária uma indústria global mais assertiva e plural. De acordo com a pesquisa realizada pelo Tudo para Cabelo, publicada no portal SEBRAE em 2022, 9 em cada 10 pessoas negras perceberam que há mais produtos específicos para cabelos crespos e cacheados nas prateleiras desde 2015.


A expansão do mercado saiu do padrão e oportunizou novos negócios para profissionais da área, que se especializaram para entender as diversas curvaturas e tipos de cada cabelo, alinhando-se à indústria e aos novos profissionais que estão chegando ao setor para propiciar atendimento exclusivo para adultos e crianças, que, até então, se embelezavam em casa por falta de representatividade e produtos adequados.




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